Thursday, December 07, 2006

José Luis Peixoto

ilustrações de Joana Padilha


Separação do Príncipe e da Escrava


não tem de ser triste. às vezes, o tempo parte. nós ficamos.
vemo-lo ao longe, afasta-se devagar, e não tem de ser triste.


hoje, eu caminho na direcção do passado. tu caminhas para
o futuro. a noite. depois desta noite, para mim será ontem.


depois desta noite, tu estarás em amanhã. sabemos que haverá
muitas noites. haverá dias, meses e anos que atravessaremos.


atravessei muitos anos, direi. atravessarei muitos anos, dirás.
sabemos que o passado e o futuro são caminhos que se cruzam.


não tem de ser triste. talvez eu te encontre num dia em que eras
muito nova, uma criança. talvez eu sorria. talvez tu sorrias.


talvez tu me encontres num dia em que eu seja já muito velho,
sem esperança de te voltar a ver. talvez eu sorria. talvez tu sorrias.


não tem de ser triste. vamos separar-nos agora. este instante,
agora, será o teu passado. este instante, agora, será o meu futuro.
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os faunos


OS SÁTIROS ou FAUNOS são, na mitologia grega, divindades dos bosques, das florestas e das montanhas. Possuem cornos e cauda e pernas de cabra. Pã, o deus da floresta é um sátiro. Eram acompanhantes do deus grego Dionísio e passavam o tempo a perseguir as ninfas, a beber vinho, a dançar e a tocar flauta de cana ou gaita de foles. O deus Pã, como sátiro que era, é frequentemente representado a tocar uma flauta de canas o que deu origem ao nome "flauta de pã". Os faunos são referidos pelo grande escritor português Aquilino Ribeiro na sua obra "Andam faunos pelos bosques".

PÃ era o filho de Hermes e de Penelope (mais tarde casada com Odysseus) em alguns mitos e filho de Zeus e da ninfa Callisto em outros. Era o deus dos rebanhos, dos pastores e da floresta. Tem a cabeça e o torso de um homem, mas os quartos traseiros e os chifres de uma cabra. Era um músico muito dotado com as flautas e igualmente considerado um símbolo de fertilidade pela sua natureza libidinosa.
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