Wednesday, July 12, 2006

Garranos.





Lugares, pessoas e animais parecem emergir de fotografias a preto e branco. Quando se olha para eles mergulha-se num vórtice da História que relembra tempos de outrora; no entanto, o meio, as actividades das pessoas, a fauna e a flora que encontramos hoje neste local isolado da Península Ibérica são exactamente os mesmos.
Os garranos são cavalos pequenos, descendentes dos cavalos representados nos desenhos existentes nas caves de Lascaux e Altamira. Provêm assim duma raça muito antiga presente no território português desde a pré história, como se pode ver nas pinturas da era Paleolítica.
O garrano participou na fundação de Portugal no séc. XI, seguindo depois com os peregrinos na Estrada de S. Tiago, embarcado nas caravelas para o Novo Mundo - sempre ele, idêntico em aspecto e temperamento dos tempos imemoráveis até hoje: tem a paciência do burro e a força das mulas mas a docilidade dos póneis para crianças. Foi cavalo de padres, nobres, lavradores e generais. Carregou madeira e a extrema unção sem vacilar, sobre os caminhos pedregosos e abruptos da húmida montanha lusitana, nesse lugares onde as nuvens passam rapidamente no céu e onde ainda voa a águia real...

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